
DE TARDE
Naquele pique-nique de burguesas,
Houve uma coisa simplesmente bela,
E que, sem ter história nem grandezas,
Em todo o caso dava uma aguarela.
Foi quando tu, descendo do burrico,
Foste colher, sem imposturas tolas,
A um granzoal azul de grão-de-bico
Um ramalhete rubro de papoulas.
Pouco depois, em cima duns penhascos,
Nós acampámos, inda o Sol se via;
E houve talhadas de melão, damascos,
E pão-de-ló molhado em malvasia.
Mas, todo púrpuro a sair da renda
Dos teus dois seios como duas rolas,
Era o supremo encanto da merenda
O ramalhete rubro das papoulas!
De Cesário Verde
2 comentários:
Não sei o que fiz para evitar que os comentários fossem publicados sem a minha autorização...sou mesmo amadora na matéria...rsrsrsr...vamos lá ver se já corrigi o erro!! As minhas desculpas!!
.. já aqui tinha deixado uma coisita escrita.. mas pelos vistos foi "censurada"! ah ah ah
. o poema é lindo.. faz-nos sonhar... e apeteceu-me fazer um pic-nic... com alguem especial... num campo de papoilas ( a imagem tambem está muito bem.. e talvez seja pelo vermelho das papoilas... mas so vejo escrito "love... love.. love"..!!! nao sei porquê....... )
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